LCC: revista destaca pesquisa da Embrapa 

A capa de junho da revista científica Separation Science Plus (foto) foi dedicada a um estudo desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical e da Universidade Federal do Ceará sobre o isolamento de ácidos presentes no Líquido da Casca de Castanha de Caju (LCC). A publicação internacional trata dos principais avanços científicos observados na preparação de amostras para cromatografia, técnica analítica usada na identificação de substâncias e separação de misturas.

Os ácidos anacárdicos são uma classe de substâncias com interesse para a indústria farmacêutica por apresentarem atividade antioxidante, antimicrobiana, antitumoral e antiparasitária. Cerca de 65% da composição do LCC é constituída por ácidos anacárdicos, o que faz desta a fonte natural mais abundante da substância.

No artigo que ilustra a capa da revista, intitulado “Produtividade de um isolamento de ácidos anacárdicos do Líquido da Casca da Castanha de Caju por cromatografia líquida de alta eficiência preparativa”, os cientistas brasileiros mostram como estabeleceram os parâmetros para isolamento, em escala preparativa, das substâncias.

Foram estabelecidos parâmetros como o consumo de solvente, a produtividade, rendimento, recuperação, pureza e saturação para o que os cientistas chamam de escala preparativa. Diferente da escala usada para análises laboratoriais, medida em microgramas, na escala preparativa as quantidades mudam para centenas de miligramas – quantidade de substância suficiente para o desenvolvimento de padrões para controle de qualidade e testes biológicos.

Além de aumentar a escala, os pesquisadores dobraram a produtividade em grama por hora (com pureza acima de 95%), diminuindo em 50% o consumo de solvente. Os resultados incluíram o desenvolvimento dos padrões para controle de qualidade utilizando equipamentos de cromatografia líquida de alta pressão.

O método de quantificação e de isolamento desenvolvido na Embrapa é o primeiro passo para o aproveitamento dos ácidos anacárdicos, que atualmente não estão disponíveis no mercado. “A obtenção desses padrões de forma reprodutível é uma etapa importante para viabilizar o aproveitamento dessas substâncias em diversos fins”, esclarece o pesquisador Edy Brito, autor principal do artigo. Os padrões desenvolvidos servirão como modelo para controle de qualidade em diferentes estudos, inclusive para possíveis futuras explorações comerciais. (Verônica Freire – MTB 01225JP/Embrapa Agroindústria Tropical)

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