Priorizar a cajucultura

Transcrevo, atendendo a pedidos dos seguidores do site Cajucultura, os comentários que veiculei ontem no Cajucultura Podcast.

Por que devemos priorizar a cajucultura no Nordeste.

Em artigos anteriores tenho comentado sobre a grande movimentação que ocorre no mercado internacional e a quase paralisia do Brasil em relação a este importante setor. Acredito que não é pedir demais aos governos do Nordeste que priorizem a cajucultura como atividade econômica, tendo em vista os seus inegáveis e históricos benefícios econômicos e sociais para a região. Explorada em praticamente todos os estados da região, a cajucultura se caracteriza também como uma fonte sustentável de renda para os pequenos e médios agricultores.

É urgente, urgentíssimo, para a região maximizar o seu potencial na produção de castanha de caju, sob uma abordagem de cadeia de valor, com o envolvimento de todos os atores.
Não sou muito de falar do passado, mas, este setor já foi o motor do crescimento econômico de vários municípios nordestinos. Hoje, em algumas regiões, apesar de todos os obstáculos, ainda continua sendo uma importante fonte de divisas, dando-lhes peso econômico e poder agrícola. Contudo, caso não sejam implementadas ações de natureza sustentável, corremos um sério risco de muito em breve perdermos, inclusive, o mercado doméstico para outros países produtores de castanha de caju.

 

Tais ações passam, ao meu ver, obrigatoriamente pela implementação de uma política de preços para a castanha que assegure uma remuneração justa para o produtor, de mecanismos que reduzam o nefasto nível de intermediação, da capacitação de cajucultores em gestão de negócios e empreendedorismo, de campanhas de promoção do consumo do caju e seus derivados em âmbito nacional, da criação de linhas de crédito diferenciadas e o estabelecimento de uma rede de assistência técnica e extensão rural dedicada à cajucultura. Isto só para citar algumas.

O que não pode é deixar os cajucultores entregues a sua própria sorte, enquanto o país a cada ano perde a sua participação no mercado internacional. Só para ilustrar, hoje participamos apenas com 4% do mercado mundial de amêndoa de caju. Igual fatia de mercado já é compartilhada pela África.

 

Os parlamentares nordestinos, por sua vez, precisam se engajar firmemente nesta luta e saírem do silêncio incompreensível em relação à grave crise que se abate sobre o setor e centrar as baterias em prol desta importante cadeia produtiva. Será que não passou da hora de criarem a bancada do caju? O desafio está posto.”

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